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28 de jul. de 2011

Analise: Red Faction Armageddon


 Fala ae galera da  BT-GAMER pela inauguraçao venho trazendo uma analise do Red Faction Armageddon , comente sobre oque voce achou dele e de sua nota final.

Já lá vão dois anos desde que a franquia Red Faction procedeu a uma mudança radical no seu estilo de jogo. Em Guerrilla, o primeiro título da série numa perspectiva third-person shooter, tínhamos a oportunidade de explorar um imenso mundo aberto enquanto tentávamos restabelecer a paz num planeta Marte controlado pelo regime opressivo da Earth Defense Force (não confundir com o título da D3 Publisher).


A crítica e os jogadores de todo o mundo receberam esta aposta da THQ de braços abertos, realçando veementemente a liberdade de escolha nas acções que somente um jogo sandbox pode oferecer e, obviamente, a tecnologia Geo-Mod 2.0, uma versão melhorada do motor de jogo utilizado nos títulos anteriores que permite a destruição quase total de grande parte das infra-estruturas construídas pelo homem. Será que a Volition conseguiu aproveitar aquilo que Guerrilla teve de melhor para nos proporcionar uma experiência igualmente satisfatória com Red Faction Armageddon?

A estória do modo campanha é básica, recheada de clichés e não reúne grandes motivos de interesse. Cinquenta anos passaram desde os acontecimentos do último capítulo e Darius Mason, protagonista da trama e neto de Alec Mason, o herói em Guerrilla, junta-se aos militares da Red Faction com o objectivo de defender a Terraformer, plataforma que mantém a atmosfera em Marte estável e a sua população a salvo dos planos de Adam Hale, líder dos Cultists cujo desejo é, como qualquer antagonista que se preze, dominar o planeta.

A missão acaba por ser mal sucedida por involuntária culpa de Mason: a Terraformer foi destruída, a vida à superfície tornou-se insustentável e os humanos viram-se obrigados a procurar abrigo em refúgios subterrâneos para conseguir sobreviver às condições adversas. Quando se pensava que as coisas não podiam piorar, Mason volta a cair numa das armadilhas de Hale e tem a “sorte” de abrir caminho a uma horda de insaciáveis criaturas alienígenas prontas a invadir a fortaleza colonial de Bastion. Como já seria de se esperar, cabe-nos agora a árdua tarefa de corrigir o mal provocado pelo nosso infortunado herói.

Logo nos primeiros minutos de jogos somos devidamente apresentados àquele que é o principal motivo de interesse neste título e que faz dele um jogo único: o sistema de destruição. A interactividade com os cenários é indubitavelmente um ponto a ter em consideração em qualquer jogo de qualquer género. Alguns títulos parecem esquecer-se desse parâmetro, outros são minimamente competentes, enquanto que uma escassa minoria chega a impressionar… mas Red Faction: Armageddon supera qualquer outra oferta na indústria.

A envolvência com as estruturas é deveras colossal e extremamente satisfatória. Quer manejemos uma simples marreta ou espalhemos plasma com uma eficiente arma o resultado final é sempre delicioso. Podemos dizer que neste título o jogador tem uma sensação de poder sem paralelo no universo dos videojogos. Não é todos os dias que vemos um edifício a desmoronar-se à nossa frente porque nós assim o quisemos (pelo menos de forma legal e sem prejudicar terceiros).

É claro que até as tecnologias mais avançadas têm as suas falhas e o sistema de destruição de Armageddon não é excepção, sendo que alguns edifícios por vezes conseguem desafiar as leis da física ficando suspensos de uma forma que na realidade seria absolutamente improvável, senão mesmo impossível.


Ao contrário de toda esta destruição, que transita de Guerrilla para Armageddon de forma bastante eficiente, o conceito de sandbox foi posto de parte. Desta vez teremos uma campanha bem mais linear (um bom exemplo disso é o surgimento de um ecrã de Game Over se permanecermos mais de 10 segundos numa área que não corresponde à nossa missão actual), algo que poderá desagradar aos fãs do anterior título mas que não é necessariamente um ponto negativo. Ao invés de explorarmos imensas zonas maioritariamente desérticas para iniciar cada missão teremos a oportunidade de passar directamente àquilo que realmente interessa: a acção.

A jogabilidade não traz nada de novo ao género third-person shooter mas é no geral bastante competente. O sistema de mira automática, que faz do inimigo mais próximo o nosso alvo, aliado aos conselhos de S.A.M., uma espécie de sidekick que, para além de nos informar sobre o que podemos esperar na área seguinte e de nos mostrar o caminho a seguir com um simples clicar no Select (versão PS3), tem umas piadas relativamente engraçadas para um sistema que consiste num mini-computador controlado por inteligência artificial, tornam este título mais acessível que o seu antecessor, isto claro para não falar da enorme resistência ao dano de Darius em relação a Alec.

A falta de variedade no que diz respeito a criaturas da facção inimiga, associada a algumas missões com diferentes finalidades mas bastante semelhantes umas às outras, pode tornar o jogo um pouco repetitivo, o que ainda assim não impede que este proporcione momentos de puro gáudio e diversão. É bastante interessante deambular pelas estreitas e escuras trilhas subterrêneas sempre com a sensação que, mais cedo ou mais tarde, veremos inimigos surgir pelas paredes ou até mesmo pelas nossas costas. Não é um conceito tão assustador ou até mesmo inquietante como possuem títulos de franquias como Silent Hill ou até mesmo o mais recente Dead Space, longe disso. Porém, a sensação quase claustrofóbica aliada à possibilidade de pouco depois ver o cenário apinhado de seres mal-intencionados com uma inteligência artificial pouco ou nada tosca imprime mais adrenalina à acção e deixa-nos a seguinte questão: como é que nos livramos desta bicharada toda?

São cerca de 14 as armas que teremos ao nosso dispor durante a campanha e com as quais poderemos espalhar o caos no quarto planeta a contar do sol. Ao regresso de alguns modelos clássicos como a metralhadora, a caçadeira ou as pistolas ou de outros especiais como a Nano Rifle, que dissolve edifícios e inimigos em pequenas partículas, juntam-se novas e imponentes armas como a Singularity Cannon, que cria pequenos buracos negros que sugam todo que estiver próximo, e a Magnet Gun, uma fantástica ferramenta que consiste numa forte atracção magnética entre dois pólos (um de origem e outro de impacto) e que põe à prova não só as físicas do jogo como também a nossa criatividade.

Para além do extenso arsenal bélico que compõe Red Faction: Armageddon, este título não seria certamente o mesmo sem a Nano Forge. Esta tecnologia, que começou a ser desenvolvida pelos antecessores de Darius em Guerrilla, aproveitou o intervalo entre as duas diferentes gerações para evoluir e ganhar uma nova importância nesta sequela.

Para além da capacidade para destruir tudo o que o rodeia, Mason tem com a Nano Forge também o poder para reconstruir estruturas com a facilidade que as faz ceder. Com um simples clicar num dos gatilhos do controlador, poderemos ver muros, escadas, pontes ou até geradores e tecnologias
que abrem acesso a outras zonas a “renascer” à nossa frente. É uma adição impressionante que dá maior ênfase à já referida “sensação de poder”, mas é também essencial para o decorrer do jogo, sendo que sem a habilidade de reconstruir a nossa progressão seria de todo impossível.

Mas a Nano Forge não consiste somente nesta habilidade soberba mas passiva em combate, que neste tipo de ocasiões apenas poderá reconstruir alguns elementos que nos servirão de cobertura. Quando os inimigos parecem não ter fim, esta poderá mesmo ser a nossa melhor e mais poderosa aliada. São quatro os poderes que nos assistirão em momentos de grande aperto: Impact, uma onda de força que afasta os inimigos a uma velocidade estonteante e que destrói automaticamente os mais fracos; Shockwave, uma onda eléctrica que suspende no ar as criaturas mais próximas de nós e lhes retira energia aos poucos, dando-nos a possibilidade de utilizar qualquer arma para acelerar o processo; Shell, um escudo em meia-esfera que tapa o caminho a qualquer inimigo durante um certo período de tempo e que pode até repelir projécteis adversários e Ravager, uma espécie de rage mode que não só aumenta o poder dos nossos ataques como também a velocidade dos mesmos.

Ao longo de cada nível teremos algumas máquinas a vermelho que nos permitem alterar as armas que transportamos no nosso inventário (só podemos carregar quatro de cada vez, sendo a escolha destas feita através do D-Pad) e outras a azul nas quais poderemos investir o “Salvage” acumulado com a destruição de edifícios e de inimigos em upgrades para as nossas armas e capacidades.

Nalguns níveis especiais teremos a oportunidade de controlar alguns veículos robotizados como o Scout Walker, que desfere alguns raios e mísseis letais, o Inferno GX, uma poderosa nave de voo subterrâneo que identifica as ondas de calor inimigas e destrói facilmente qualquer adversário, e o L.E.O. exoskeleton, uma possante armadura mech com mísseis teleguiados, metralhadoras com munições infindáveis e um temeroso ataque físico capaz de aniquilar um grande grupo de inimigos de uma só vez.

O número de conteúdos extra para além da campanha, cuja longevidade anda entre as 10 e as 12 horas, é bastante satisfatório. Para além do modo New Game Plus, que nos permite voltar a fazer tudo de novo mas desta vez com os upgrades com que terminámos a primeira ronda e com a ajuda do carismático unicórnio Mr. Toots (semelhante à Plasma Gun mas com a “pequena” diferença de expelir um arco-íris letal do seu ânus), temos também a adição de alguns Cheats, que podem ser desbloqueados a troco de Salvage e que entre as suas ofertas têm munições ilimitadas, novas armas e outras opções bastante interessantes como alguns modos visuais. Entre estes encontra-se o Sketch Mode, uma opção que coloca o jogo num preto e branco em cel-shading a fazer lembrar, tal como a própria THQ fez questão de referir através de um trailer, o videoclip da música Take on Me dos A-Ha.

Claro que não nos podíamos esquecer do modo online que, apesar de não ser muito abrangente, apresenta argumentos suficientes para nos divertir durante largas horas. O modo Infestation possui 16 diferentes mapas, pode ser jogado até quatro pessoas em simultâneo e consiste na sobrevivência ou na defesa de estruturas num modelo de waves, isto é, teremos de dizimar todos os inimigos que surjam no nosso caminho para conseguir transitar para o próximo nível. Cada jogador poderá escolher as suas quatro armas e somente uma habilidade Nano Forge no início de cada wave, o que irá promover uma maior estratégia entre os membros da equipa.


Um outro modo single-player ,mas simultaneamente competitivo, é o Ruin Mode, acessível através de um código para quem possuir uma cópia original do jogo ou adquirível através da Store para quem obtiver o título em segunda mão. Este modo consiste num amealhar do maior número de pontos possível durante um minuto, no qual o jogador deverá destruir com as suas armas preferidas tudo aquilo que lhe aparecer à frente. Existem cinco diferentes mapas onde podemos espalhar o caos e, se o nosso resultado for bastante positivo, poderemos ver o nosso nome no topo das leaderboards mundiais. Simples mas divertido.

Red Faction: Armageddon é um jogo visualmente apelativo, principalmente nas cutscenes e na forma como vemos os edifícios a desmoronar-se à nossa frente. Porém, a framerate é por vezes um pouco inconstante, algum screen tearing (muitas das vezes disfarçado pelos cenários maioritariamente escuros) faz-se notar principalmente em grandes explosões e a imagem parece estar meio desfocada, o que deixa a ideia de que o jogo sofreu um upscale na resolução e que teve de ser feito algum trabalho a nível de suavização de arestas e anti-aliasing para melhorar o aspecto final.

No que à sonoplastia diz respeito, esta nem sempre está ao nível das expectativas. O trabalho de vozes é bastante competente e existem até algumas situações de diálogo deveras engraçadas, mas por vezes as vozes encontram-se abafadas pelos restantes efeitos sonoros, sendo que sem o auxílio das legendas seria impossível em algumas situações perceber sequer se a personagem está a falar ou não.

O ambiente sonoro conjuga-se bem com os cenários, embora por vezes sejam perceptíveis alguns cortes repentinos e pouco naturais entre temas. Os efeitos por vezes não correspondem com a acção, principalmente em situações de impacto “mudas”, mas nada que prejudique a experiência em demasia.

Red Faction: Armageddon é, em suma, mais um bom jogo desenvolvido pela Volition. Poderá ser encarado como uma grande desilusão ou até retrocesso pelos fãs de Guerrilla, mas enquanto experiência individual é um título bastante satisfatório e divertido, com argumentos de peso e sem equivalente no mercado. Pode não ser um dos melhores e mais esperados jogos de acção do ano, mas é certamente uma opção a ter em conta.






 Sistema de destruição e físicas impressionantes

Arsenal de armas criativo e variado 
 
 Nano Forge e respectivos efeitos 
 
Muitos extras, incluíndo modo New Game Plus   

Grande longevidade 

 
Argumento um pouco fraco e recheado de clichés 

 
Elementos visuais não estão tão detalhados como podiam 

 
Som nem sempre corresponde às acções

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