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24 de set. de 2011

Review de Resistance 3 para PS3


A marca PlayStation cresceu imenso em novas propriedades intelectuais nesta geração, e esse crescimento começou desde cedo. Logo no lançamento da PlayStation 3, um dos jogos disponíveis era Resistance: Fall of Men da Insomniac Games, um FPS que nos levava até 1951 e re-imaginava a história da humanidade se esta fosse invadida por extra-terrestres. Sendo considerado o melhor título de lançamento da PlayStation 3, o sucesso foi inevitável e em cerca de dois anos uma sequela estava pronta. Resistance 2 foi ainda mais aclamado pela crítica, recebendo até um 10/10 na nossa análise.

O crescimento de Resistance deu-se um ritmo extraordinário, assim como outras séries PlayStation que se estrearam nesta geração. Depois de alguns rumores e outdoors com o nome do jogo, Resistance 3 foi finalmente confirmado na Gamescom de 2010. As expectativas não podiam ser maiores, a Insomniac já tinha ganho a confiança dos jogadores e Resistance estava estabelecido como um dos grandes nomes na PlayStation. Mas rapidamente percebeu-se que Resistance 3 seria um jogo diferente dos anteriores. No papel de protagonista está Joseph Capelli, e não Nathan Hale que foi o foco de Resistance: Fall of Man e respetiva sequela.
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Quatro anos passaram desde o final de Resistance 2, e Capelli já não é mais um Sentinel. Capelli casou-se, teve um filho e é agora um homem de família responsável que se preocupa com o bem estar daqueles que lhe são próximos. Será este amor e carinho pela sua família que levará Capelli a viajar até Nova Iorque para tentar impedir as Quimeras de congelar o planeta.

O jogo tem início em Oklahoma. Capelli e a sua família pertencem a um grupo de sobreviventes que vive no subterrâneo e que tentam levar uma vida normal esquecendo os problemas que os rodeiam. Mas as Quimeras não dão descanso a ninguém e atacam a pequena cidade em que se encontram os sobreviventes. Joseph vê-se obrigado a lutar para proteger aqueles que lhe são queridos, e é neste desenrolar de eventos que chega à cidade Dr. Malikov, que lhe pede para o proteger numa viagem até Nova Iorque. Apesar de hesitante, acaba por concordar. E é assim que a jornada começa.

A viagem não será fácil. Os Estados Unidos estão completamente de rastos, algumas cidades estão inundadas e outras a caírem aos pedaços. O perigo espreita a cada esquina. Felizmente temos um arsenal poderoso para lidar com esses perigos e para dar às Quimeras o tratamento que merecem. As armas continuam a representar um papel importante em Resistance 3 e temos algumas velhas amigas de volta como a Bullseye, Magnum, Carbine, Auger, Rossmore e Marksman. Nas novas armas destacam-se a Deadeye, uma sniper com um poder incrível e a Mutator, que contamina os inimigos e os faz explodir.

Todas as armas são muito divertidas de usar, porém somos compensados se tivermos favoritas. Quanto mais usarmos uma arma, mais poderosa ficará. O nível máximo para cada arma é 3, o que pode parecer pouco, mas não é. Se quiserem atingir o nível máximo com cada arma, terão que repetir várias vezes a campanha e matar muitas Quimeras.

A campanha está cheia de reviravoltas e a viagem para Nova Iorque torna-se cada vez mais difícil. Cada vez que as coisas estão a correr bem, um imprevisto acontece. ?? sempre previsível que algo vai dar torto, mas mantêm o jogador curioso sobre o que vai acontecer e como Capelli conseguirá safar-se.

De uma forma geral, a campanha é sólida e conta com alguns momentos memoráveis. No entanto, não consigo deixar de sentir-me desiludido. A situação criada pela Insomniac, uma viagem até Nova Iorque por um mundo completamente destruído em que um homem luta contra todas as probabilidades de sobrevivência, tinha tudo para gerar uma campanha mais do que boa. Devia ser épica, fenomenal e fantástica.

Um pouco mais de drama e emoção elevariam a campanha a outro nível. De alguma forma, Capelli escapa sempre ileso a qualquer situação, independentemente da altura que caia, de estar constantemente debaixo de fogo e outras situações perigosas. Há falta de credibilidade e dá a sensação que não estamos realmente a lutar pela nossa vida. Seria bom ver Capelli com um pouco de sangue, talvez se rachasse a cabeça, e a mancar ligeiramente. O jogo às vezes puxa pela emoção, por exemplo quando Capelli se lembra da sua família, mas falta algo.


Os gráficos estão bons e são claramente uma melhoria em relação a Resistance 2. O ponto forte está na atenção dada aos detalhes das armas (granadas incluídas) e aos efeitos criados por elas. O exercito Quimeriano também está muito bem conseguido. Por outro lado, alguns ambientes estão mais ricos e receberam mais atenção que outros. A cidade de Oklahoma em que o jogo tem início é sem dúvida um dos pontos altos. Ainda há coisas a melhorar nesta área, mas nota-se que houve progresso.
A campanha pode ser jogada de forma cooperativa online ou offline (ecrã dividido) com um amigo. E quando digo amigo, terá que ser mesmo um amigo, pois a única forma de jogarem Resistance cooperativamente é convidando um deles. A Insomniac poderia ter facilmente incluído uma opção de matchmaking para aqueles que não têm um amigo com o jogo.
A estória resumida num trailer.
O multijogador é uma das melhores partes do jogo. O único problema é que é terrivelmente desequilibrado. Subir os primeiros níveis será difícil. E só depois é que a diversão começa a surgir. No primeiro nível estamos no fundo da cadeia alimentar e não temos nenhum escolha em relação à nossa arma e habilidades. Apenas terão que ter alguma paciência. Com a subida de nível, novas habilidades são desbloqueadas e ganhamos acesso a novas armas. Aos poucos novas maneiras de jogar vão surgindo e é possível personalizar o multijogador ao nosso gosto.
A nível de modos disponíveis, não esperem nenhuma novidade. Deathmatch, Team Deathmatch, Chain Reaction (o objetivo é dominar certas áreas do mapa), Breach (a missão é destruir ou defender os reatores) e Capture the Flag é o menu disponível.

Não podia terminar sem mencionar as vozes em português do jogo. A Sony tem feito um bom trabalho em adaptar e dobrar os seus exclusivos para a nossa língua, e a qualidade desse trabalho continua em Resistance 3. As vozes portuguesas encaixam bem nas personagens, com a exceção da do Dr. Malikov, que tem um sotaque muito mais forte que a voz inglesa. Para quem gosta de jogar na nossa língua, é uma mais valia. Aqui também podemos salientar que os palavrões serão ordem do dia. Esperem ouvir coisas tais como "Filho da "#%%". Se é que percebem.

Sabendo que Resistance 3 poderá ser o último da série produzido pela Insomniac, seria ótimo dizer que o estúdio terminou em grande. Depois de jogarmos, podemos apenas dizer que terminou de uma boa forma, sem arriscar muito e mantendo-se fiel à formula trazida pela série. Para quem já acompanha Resistance desde o início, deverá ser uma aquisição obrigatória. Para os restantes, é uma opção a ter em conta se procuram um FPS sólido em todos os aspetos.

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